Cada vez mais confuso, o nosso metrô de pouco mais de seis quilômetros agora virou uma disputa de poder. De um lado o Estado, que dispõe de mais recursos e capacidade administrativa, querendo administrá-lo. Do outro, a Prefeitura de Salvador, aos trancos e barrancos, não querendo largar o filé, que depois de tantos anos, parece que vai sair, mesmo que seja um "calça-curta".
A pergunta que não quer calar é para que vai servir o nosso metrô, por enquanto ligando o quase nada a lugar nenhum. Afinal, descer de um ônibus (as linhas de transbordos) vindo de um bairro periférico, descer na Rótula do Abacaxi para pegar um trem até a Lapa, será um contransenso para muitos.
No início, por curiosidade e novidade, o metrô deverá ter uma grande procura. Mas depois, com os ônibus super lotados saindo de Cajazeiras, o cidadão que vai para o trabalho não vai querer descer na Rótula para enfrentar outro transporte e fazer o percurso de poucos minutos.
Um absurdo... me parece que são 4km. É isso mesmo? O metrô é a metáfora do nosso tempo: um espetáculo, um monumento, um registro histórico para mostrar a nossa grande vocação para o desperdício e a falta de seriedade política a olhos vistos. Precisa de mais lente de aumento?
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