quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Trens de Salvador

Foram 50 dias de paralisação que pouco ou nada influiu no dia a dia de Salvador. A greve dos ferroviários paralisou quase pque por completo o transporte ferroviário de passageiros em Salvador, restrito hoje a pouco mais de 13 quilômetros entre os bairros de Paripe e Calçada, no Subúrbio Ferroviário.
Em que pese a justeza das reivindicações dos trabalhadores, a greve, e os seus poucos reflexos no cotidiano da cidade, revela um outro lado da história: a decadência do sistema de transporte de passageiros sobre trilhos.
Dependendo de um metrô, batizado popularmente de calça curta, por causa do seu ínfimo trajeto - apenas 6,3 quilômetros - e cujas obras se arrastam desde 2001, Salvador perdeu todo referencial ferroviário, aliás como perdeu o próprio estado, que viu ao longo das últimas décadas o sucateamento da sua malha ferroviária, hoje restrita ao transporte de cargas.
Salvador que tinha ligação com o centro-sul do país, com o Nordeste, e com a região do Rio São Francisco, através das linhas que iam para Monte Azul (MG), Aracaju (SE) e Juazeiro, foi alijada do mapa. Os poucos trens (de carga) hoje passam direto pelo contorno de Mapele, e o segmento que vinha em direção à capital, foi retirado.
E hoje a capital possui um sistema de transportes de passageiros restrito ma 13 quilômetros, que não consegue transportar, sequer, 20 mil passageiros diários.
Uma triste realidade para quem teve os trens "pirulito" e Marta Rocha, que iram para Alagoinhas e Aracaju, respectivamente, ou os "mistos" que iam para Minas Gerais.
Por isso a greve dos ferroviários, de 50 dias, passou quase que em branco para a grande maioria dos soteropolitanos em geral.

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